Olá caçadores de pérolas,
Bem-vindos a mais uma pérola sobre estrias. Para muitos não é pérola, mas é sim… acompanhe:
A pérola: A estria vermelha não possui processo inflamatório. É apenas uma lesão das fibras da derme.
Ai meu São Cristinho, como assim colega? Você não estudou a fisiopatologia da estria não? Ai ai ai, cada coisa viu?
Vamos explicar para a colega como se forma uma estrias e suas etapas e que há sim processo inflamatória na fase inicial.
Estria é uma atrofia tegumentar adquirida, considerada um distúrbio estético, em que ocorre um rompimento das fibras elásticas e colágenas na derme, devido a um estiramento do tecido. (macedo, 2001)
Estrias, estriações atróficas ou striae distensae podem ser definidas como um processo degenerativo cutâneo, benigno, caracterizado por lesões atróficas em trajeto linear, que variam de coloração de acordo com sua fase evolutiva. É considerado um processo de natureza estética, uma vez que não gera incapacitação física ou alteração da função cutânea. Produz, porém, profundo desagrado em alguns indivíduos, chegando mesmo a tornar-se motivo de depressão psíquica e sentimentos de baixa auto-estima (TOSCHI, 2004)
A estria é dita como uma atrofia, principalmente pela redução do volume e número de suas células, da espessura da pele e separação das fibras colágenas. Encontra-se no local uma menor elasticidade, pregueamento e alargamento da epiderme, secura e ausência de pêlos (GUIRRO E GUIRRO, 2004).
Microscopicamente, ocorre um rompimento das fibras da derme e um desarranjo das fibras colágenas (GUIRRO et al., 1991).
As estrias indicam atrofias cutâneas lineares que se formam quando a tensão do tecido tegumentar provoca uma lesão do conectivo dérmico, o que ocasiona uma dilaceração das fibras colágenas e elásticas, sendo, portanto um desequilíbrio elástico localizado. Apresentam caráter bilateral com distribuição simétrica em ambos os lados. Seu comprimento pode variar desde alguns milímetros até em média 34 centímetros, com largura em média de 2 a 5 milímetros e, em casos específicos, pode atingir de 2 a 3 centímetros. Apresentam-se de forma variada, que vão desde depressões até elevações em relação à pele. (Macedo, 2001; Guirro, 2004; Rota, 2008)
Ela possui um aspecto atrófico, linear e sinuoso, em parte devido ao rompimento das fibras colágenas. Geralmente são bilaterais, paralelas umas às outras e perpendiculares às linhas de fenda da pele, indicando um desequilíbrio elástico localizado
Há um adelgaçamento da espessura da derme, sendo que as fibras colágenas se separam entre si, não existindo fibras elásticas no centro da lesão e aparecendo apenas na periferia de forma enoveladas (guirro, 2007)
Kede e Sabatovich (2009) abordam que a princípio ocorre um forte processo inflamatório, mononuclear e predominantemente perivascular, sendo tardiamente atrófica e plana, ocorrendo alterações nas fibras elásticas e colágenas ficando dispostas em feixes paralelos onde ocorre a presumida força de distensão.
Os estágios de evolução da estria podem ser interpretados através de sua coloração. Inicialmente, as estrias são eritematosas devido a vasodilatação associada ao processo inflamatório na derme. Por apresentarem coloração rósea, são denominadas rubras. Posteriormente elas vão se tornando hipopigmentadas e fibróticas, recebendo o nome de estrias albas (Santos, 2003)
Há autores que relatam ser possível caracterizar o período de instalação da estria de acordo com a sua coloração. A estriarubra é descrita como inicial, e apresenta linfócitos, monócitos e neutrófilos ao redor dos vasos sangüíneos, um incremento nas células mesenquimais e fibroblastos ativos, que evidenciam uma fase inflamatória. Com a evolução clínica, são denominadas estrias albas ou estrias atróficas crônicas, pela coloração mais clara que apresentam. As fibras colágenas estão diminuídas ou ausentes, com aspecto de perda de tensão e turgor. Em adição, há rarefação de folículos pilosos e outros apêndices (maio, 2004)
As estrias vermelhas ou recentes são acompanhadas de um processo inflamatório inicial, observando-se elastólise, degranulação de mastócitos e macrófagos ao redor de fibras elásticas fragmentadas (Rotta, 2008)
As rosadas ou iniciais possuem aspecto inflamatório e coloração rosada dada pela superdistensão das fibras elásticas e rompimento de alguns capilares sanguíneos, com sinais de prurido e dor em alguns casos, erupção papular plana e levemente edematosa.(GUIRRO E GUIRRO, 2004)
Como ficou claro, diversos autores citam e falam do processo inflamatório no processo inicial de formação da estria. Para muitos pode parecer novidade, mas não é… basta dar uma conferida nas principais publicações e livros sobre o tema.
Estudar nunca é demais, não é?
Aprendeu? mande sua pérola para estudarmos juntas.
Até a próxima!
Referencias
Guirro ECO, Guirro RRJ. Fisioterapia Dermato-Funcional: Fundamentos, recursos e patologias. 2ª Ed. São
Paulo (BR): Manole; 2004
Macedo OR, Bussade M, Fujimura M, Salgado AG,Secco LC. Fractional photothermolysis for the treatment of estriae distensae. Revista Check-up 2001
Santos CM, Simões NP. Tratamento estético da estria através da microgalvanopuntura. FisioBrasil. 2003 Nov/dez;
(62): 15-17
MAIO, M. Tratado de medicina estética. 1o edição, vol. III. São Paulo: editora Roca, 2004.
Carramaschi FR, Gilles L, Vana LPM, Ferreira MC. Estudo das fibras oxitalânicas em estrias: variações em relação
à pele. Rev Hosp Clin Fac Med Univ São Paulo. 1995; 50(supl): 35-38
KEDE, MPV; SABATOVICH, O. (Ed.) Dermatologia Estética. São Paulo: Atheneu, 2004.
ROTTA, OSMAR. Guia de dermatologia: clínica, cirúrgica e cosmiátrica. Barueri- São Paulo. Manole. 2008
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Comentários
2
fevereiro 19, 2014 10:01 am
Muito bom Mariana!
outubro 28, 2015 10:05 am
Obrigado por suas explicações.
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